terça-feira, 8 de julho de 2025

Nada de novo

às vezes me sinto
como se só andasse no escuro
torcendo pra não esbarrar
pra não tropeçar e cair em um abismo profundo

é como entrar na água
pisar em falso num banco de areia
enquanto a onda chega
e te empurra com força

dança cega ao som de ossos estalando
quem vai cuidar das minhas articulações 
velhas e rompidas?
quem vai viver comigo a minha vida
velha e corrompida?

ajeito meus antolhos
puxo meu corpo cansado de volta pro ponto
me sujo de lama tentando chegar a algum lugar
vivendo um novo dia, mas nada de novo, de novo

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