domingo, 4 de outubro de 2020

A Poesia do Medo - A Titereira

Bela como somente ela
Carregando suas marionetes
Ela encontra seu lugar ao centro
E dela se aproximam, sem medo
Aqueles que desejam se encantar

E com toda a sua magia
Suas mãos habilidosas
Começam a trabalhar 
Que cheguem logo os atrasados
Pois o show vai começar

A Titereira já está lá
Com seus bonecos a dançar
E o seu público a sorrir
Mas mal sabe a plateia
Que uma nova marionete ela irá conseguir

Os homens vão chegando
Por ela se apaixonando
Com suas cordas ela rouba corações
E os sufoca, usando como inspirações
Transformando os amantes em bonecos
Até as mínimas imperfeições

E o amante que seu caminho cruzar
Um doloroso final irá achar
Ela teve seu coração partido
E agora dedica-se a transformar
Conquistadores em brinquedos
E assim ela irá se vingar

A Poesia do Medo - O Padecedor

Lá vem ele, caminhando
Se arrastando a passos lentos
Os sinos estão soando
E seus ouvidos estão atentos

Os violinos estão tocando
Uma bela e fria canção
Em um tom penoso e angustiante
Ideal para seu funesto coração

E aquele clima sinistro
Fúnebre, quase mortal
Lhe conforta as partes mais obscuras da alma
Traz-lhe alguma felicidade imoral

Trajado em preto ele se apressa
Antes que termine o seu evento
Aquele tão aguardado 
Aquele que lhe traz alento

O Padecedor se vai pelas sombras
A caminho da necrópole
Seu santuário pessoal
Seu sinônimo de paraíso

E aquele que o encarar
Será o próximo a sepultar
Naquele cemitério sombrio
O qual ele vai visitar

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Tentação

Ouvi tua voz
E por ela pude me guiar
Enquanto minhas mãos estavam perdidas em teu corpo
E meus olhos cobertos, sem poder enxergar

De um ponto ao outro
Passeiam os meus lábios
Sem pressa alguma de terminar
Eu quero você em minhas mãos
Por quanto tempo eu possa segurar

Esse teu brilho celeste
Me atrai para ti 
Como luz para borboletas

E eu não posso disfarçar
A hipnose em meu olhar
Quando te vejo passar
Meu corpo não tarda a reagir
De volta ao que sempre senti
Quando te ouço sussurrar

E se você soubesse
A intensidade das palavras
Que por conversa não consigo expressar
E se você soubesse
A vontade que me agarra
Quando penso em te tocar

Este anjo coberto de luxúria
Que corrompi, abrindo o portão
Quem diria que seria ela
Aquela que me faria cair em tentação

Omissão de socorro

Eu olho pro agora Procuro fantasmas do passado E só vejo os do futuro Você nem vai estar mais aqui quando eu acordar Eu sei, porque eu já de...